O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (2) ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que o governo estadual terá "todo o apoio necessário" da gestão federal, mesmo sendo comandado por um político de oposição.
"Tarcísio, você terá da Presidência da República tudo o que for necessário, porque não estou beneficiando governador, estou beneficiando o estado mais importante da federação", disse Lula.
Lula e Tarcísio participaram de cerimônia em Santos (SP) sobre a construção do túnel que liga a cidade ao Guarujá (SP). O projeto receberá recursos federais e estaduais.
O presidente afirmou que o evento, que contou com a presença de políticos e prefeitos, foi um "ato civilizatório".
"Este ato aqui, mais do que o anúncio de dinheiro para o Porto de Santos, este ato aqui significa que nós precisamos retornar esse país à normalidade. E a normalidade é a gente respeitar o direito à diferença", afirmou.
"Nós disputamos com o Tarcísio e perdemos as eleições. Não dá para querer dar um golpe em São Paulo, invadir os prédios em São Paulo, não. É voltar para casa, se preparar, e disputar outra vez. E respeitar o direito do exercício da função de quem ganhou as eleições", disse o presidente.
Durante o evento, um outro momento ainda demonstrou a aproximação entre Lula e Tarcísio, que estavam em lados opostos nas eleições do ano passado. Da plateia, uma pessoa gritou: "Tarcísio, volta para o PT", o que arrancou risadas do governador.
Lula então lembrou da trajetória de Tarcísio como servidor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ele chegou a ser diretor-executivo e diretor-geral substituto do órgão durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Lula disse que estranhou ver o governador trabalhar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele foi ministro da Infraestrutura na gestão Bolsonaro e apoiou a campanha dele à reeleição, no ano passado.
"Eu encontrei com o Tarcísio em Coari, no meio da Amazônia, trabalhando no gasoduto. Depois o Tarcísio trabalhou com a Dilma Rousseff. Eu estranhei vendo ele trabalhar com o Bolsonaro, mas paciência, é uma opção dele. Depois ele ganhou de nós as eleições. O que eu vou lamentar? Vou parabenizar e preparar para derrotar você nas próximas eleições", disse Lula.