O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, propôs na terça-feira (13) uma reforma nas leis eleitorais com o objetivo de que “nenhum estrangeiro” possa se pronunciar sobre as eleições realizadas no país sul-americano.
Rodríguez, membro do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e um dos mais próximos aliados do presidente Nicolás Maduro, fez a proposta após mais de duas semanas das eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro como vencedor sem mostrar os dados detalhados por centro e mesa de votação.
A opositora Plataforma Unitaria Democrática (PUD) rejeita o resultado e afirma que o verdadeiro vencedor foi Edmundo Gonzáles Urrutia. O anúncio do CNE também foi questionado por alguns governos da região — sete deles reconheceram González Urrutia como o vencedor — e por organizações não governamentais.
Durante a sessão da Assembleia Nacional realizada na terça, Rodríguez se referiu a algumas dessas críticas e insistiu que a Venezuela precisa de reformas eleitorais para impedir pronunciamentos que ele considerou como violações à sua soberania.
Entre outros, o deputado se referiu aos pronunciamentos de especialistas da Organização das Nações Unidas e do Centro Carter, que ele qualificou como “lixo” depois que questionaram os resultados do CNE.
Poucos dias após as eleições, o Centro Carter publicou o relatório de sua missão de observação eleitoral, que concluiu que a disputa na Venezuela não atendia aos parâmetros para ser considerada democrática.