O presidente Lula e o deputado federal Guilherme Boulos, pré-candidato a prefeito de São Paulo — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

O Palácio do Planalto decidiu apagar das redes sociais oficiais do governo federal a transmissão do evento do Dia do Trabalhador, ocasião em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz pedido de voto em Guilherme Boulos (PSOL) para a Prefeitura de São Paulo. A atitude é vedada pela lei eleitoral, pois só pode ocorrer após o início oficial da campanha.

A gravação estava hospedada no YouTube do CanalGov, mas foi apagada. A mesma transmissão, porém, segue disponível no perfil pessoal de Lula no YouTube.

Durante o discurso às centrais sindicais, Lula chamou Boulos ao seu lado, fez elogios ao aliado e pediu que o público votasse nele na eleição municipal de outubro. O presidente afirmou que o deputado vai enfrentar "três adversários" no pleito: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

— Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo — disse Lula ao lado de Boulos.

Lula tem agido pessoalmente para fortalecer a candidatura de Boulos em São Paulo. Foi do presidente a iniciativa convidar a ex-prefeita Marta Suplicy para retornar ao PT e ser vice de Boulos. São Paulo será a capital que terá a maior presença e dedicação de Lula nas eleições municipais. Na cúpula do PT, há entendimento de que se Boulos vencer em São Paulo, o partido terá ganho a eleição municipal no país.

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O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, se manifestou a respeito da fala de Lula e negou o cometimento de crime eleitoral. Segundo ele, a afirmação não pode ser enquadrada como propaganda eleitoral antecipada, mas manifestação de liberdade de expressão:

— A manifestação do Presidente não pode ser enquadrada como propaganda eleitoral antecipada, ou mesmo teria o escopo de influenciar as eleições. Trata-se, em verdade, de manifesto exercício da liberdade de expressão — disse

Ainda de acordo com o ministro, "o que ocorreu foi uma manifestação de apoio político".

— A fala está enquadrada nas permissões da lei e não nas vedações. Não houve conduta eleitoral vedada.

Pimenta não explicou, porém, o motivo pelo qual o Planalto apagou o vídeo das redes do governo federal.

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