Ednaldo Rodrigues - Foto: Rodrigo Ferreira/CBF

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, enfrenta uma das crises mais graves desde que assumiu o comando da entidade. Fontes ligadas à Confederação revelaram ao Portal LeoDias que Rodrigues perdeu um dos principais pilares de sustentação política: o apoio do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Gilmar Mendes. A ruptura teria sido motivada por descumprimentos de acordos e pelo desgaste causado por escândalos recentes.

Um dos pontos de maior atrito foi a revelação de um contrato milionário entre a CBF e o IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), do qual Gilmar Mendes é sócio. A parceria, que envolve a operação da CBF Academy, instituto educacional da confederação, foi revelada em reportagem da revista Piauí e expôs o ministro à crítica pública, algo que teria causado grande irritação.

Além disso, Ednaldo não cumpriu um acordo firmado com Mendes e o atual presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que previa a nomeação de três indicados dos ministros entre os oito vice-presidentes da CBF. Apenas um deles foi contemplado, o que ampliou o desgaste institucional.

Outro fator que abala a presidência de Rodrigues é a suspeita de fraude na assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, em um acordo homologado pelo STF que sustentou politicamente sua permanência no cargo. Um laudo médico assinado em 2023 atesta que Nunes sofre de déficit cognitivo severo, o que o impediria de tomar decisões conscientes. A possibilidade de falsificação da assinatura levanta questionamentos sobre a validade do acordo, podendo anular as eleições de 2022 e 2025.

Documentos obtidos pelo Portal LeoDias indicam ainda repasses de R$ 3,5 milhões da CBF para contas jurídicas ligadas a Nunes entre 2022 e 2024 — transferências mensais de R$ 100 mil.

Com o rompimento de alianças estratégicas e a ameaça de anulação judicial, a permanência de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF parece cada vez mais insustentável.