Enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff e Donald Trump | Foto: AP

Israel aceitou uma nova proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo temporário com o Hamas, segundo confirmou a Casa Branca nesta quinta-feira (29). A secretária de imprensa Karoline Leavitt afirmou que o governo israelense deu sinal verde para o plano, mas o Hamas ainda está analisando os termos.

Os novos indícios de avanço ocorrem após o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, demonstrar otimismo com a possibilidade de um acordo que interrompa temporariamente a guerra, permita a libertação de reféns e abra caminho para um entendimento duradouro.

O grupo Hamas declarou que chegou a um consenso com Witkoff sobre uma "estrutura geral" de trégua. O plano envolveria cessar-fogo, retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza, aumento da entrada de ajuda humanitária e entrega da administração do território a um comitê palestino independente.

Apesar disso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insiste que a guerra só será encerrada após a libertação de todos os reféns e o desmantelamento completo do Hamas. Ele também afirmou que Israel pretende manter o controle sobre Gaza por tempo indeterminado e facilitar a "emigração voluntária" de parte da população local — algo considerado limpeza étnica por críticos.

Já o Hamas condiciona a libertação dos reféns restantes — 58 ao todo, dos quais estima-se que apenas um terço esteja vivo — à troca por mais de 1.100 prisioneiros palestinos, cessar-fogo permanente e retirada total de Israel do território.

A principal divergência segue sendo o caráter do cessar-fogo: temporário, como exige Israel, ou permanente, como reivindica o Hamas. A disputa paralisa há mais de um ano e meio as negociações conduzidas por EUA, Egito e Catar.

Embora a Casa Branca não tenha divulgado os detalhes da nova proposta, fontes do Hamas e do governo egípcio disseram à agência Associated Press que o plano inclui pausa de 60 dias nos combates; libertação de 10 reféns vivos e corpos de vítimas israelenses; troca de 1.100 prisioneiros palestinos, incluindo 100 condenados por ataques fatais; recuo das tropas israelenses às posições anteriores ao cessar-fogo encerrado em março; garantia de que Israel não retomará as hostilidades após a troca de reféns.