Foto: Ana Paula Lins/Ascom Seduc

O Censo Escolar 2024, divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Inep, revelou avanços importantes na educação básica, especialmente no número de matrículas em tempo integral na rede pública. O índice saltou de 18,2% em 2022 para 22,9% este ano, totalizando 965 mil estudantes. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é atingir 25% até o fim de 2024, objetivo que o ministro Camilo Santana considera praticamente alcançado.

Apesar dos avanços, o Censo mostrou uma leve queda no total de matrículas da educação básica, com 216 mil alunos a menos em relação a 2023, somando 47,1 milhões de estudantes em 179,3 mil escolas. A maior parte das matrículas está nas redes municipais (49,1%), que concentram também os municípios com menor número de escolas.

Na educação infantil, as creches apresentaram crescimento significativo, passando de 3,41 milhões de matrículas em 2021 para 4,38 milhões em 2023. O atendimento escolar de crianças com até três anos atingiu 38,7%, com destaque para a forte presença da rede privada (33,1%), boa parte com convênios públicos.

Já a pré-escola registrou estagnação: foram 5,30 milhões de matrículas em 2024, praticamente o mesmo número de 2023, frustrando as expectativas de recuperação após a pandemia. Alguns estados, como Piauí e Distrito Federal, apresentaram queda, enquanto Roraima e Amapá registraram crescimento.

O Censo também revelou dados sobre educação específica, como o atendimento a estudantes de comunidades indígenas (294,2 mil), quilombolas (279 mil) e assentamentos da reforma agrária (398,2 mil), destacando a necessidade de garantir infraestrutura e equidade a essas populações.

O levantamento anual é essencial para orientar políticas públicas, planejamento educacional e repasse de recursos federais. O MEC e o Inep reforçaram a importância da cooperação entre União, estados e municípios para enfrentar os desafios educacionais, especialmente nas regiões mais vulneráveis.