A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou 49,8%, ultrapassando pela primeira vez sua aprovação, que está em 47,8%. Os dados foram revelados por uma pesquisa da Atlas Intel divulgada nesta sexta-feira, configurando um empate técnico devido à margem de erro de dois pontos percentuais.
O levantamento, realizado entre os dias 26 e 31 de dezembro de 2024, envolveu 2.873 entrevistados de todas as regiões do Brasil. A inversão na percepção popular do governo ocorreu após o anúncio de um rigoroso pacote de cortes de gastos em dezembro, que, segundo analistas, teria impactado negativamente o humor da população. Além disso, 44,6% dos entrevistados avaliam a gestão de Lula como ruim ou péssima, enquanto 40,8% a consideram ótima ou boa. Outros 13,3% a classificam como regular.
A pesquisa também destacou as principais preocupações dos brasileiros, revelando um país inquieto com questões estruturais. A corrupção lidera as inquietudes, apontada por 54,5% dos entrevistados, seguida pelo tráfico de drogas (54,2%). Problemas econômicos, como inflação e crise financeira, aparecem com 27,8%, enquanto o mau funcionamento da Justiça (20,8%), o enfraquecimento da democracia (19,7%) e a polarização política (18,9%) também foram mencionados.
Esses indicadores refletem um cenário político e social desafiador para o início de 2025, exigindo respostas contundentes do governo para recuperar a confiança popular e enfrentar problemas históricos que continuam a atormentar o país.
Com o início de um novo ano, o governo Lula enfrenta um terreno cada vez mais complexo, pressionado não apenas pelas críticas da oposição, mas também por um eleitorado que demonstra crescente insatisfação. Observadores políticos apontam que a habilidade do presidente em reverter a percepção negativa dependerá da implementação de políticas eficazes, capazes de gerar resultados concretos na área econômica e na melhoria dos serviços públicos.
Em um país marcado por polarizações, o levantamento da Atlas Intel também serve como um lembrete de que o governo precisará navegar com cautela em um ambiente político volátil. Além disso, a capacidade de lidar com os problemas mais urgentes, como corrupção e violência, será determinante para o futuro.