Foto: Bruno Protasio / TV Pajuçara

O desaparecimento da bebê Ana Beatriz Silva de Oliveira, de apenas 15 dias, tomou contornos ainda mais trágicos e enigmáticos nesta segunda-feira (14), quando a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP) anunciou que passou a trabalhar com a hipótese de que a criança esteja morta. A mudança na linha de investigação veio após a mãe da criança, Eduarda Silva de Oliveira, ter seu depoimento inicial colocado em dúvida pelas autoridades.

Desde o início da tarde, equipes da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e demais forças estaduais de segurança realizam uma série de diligências em Novo Lino, cidade no interior do estado, onde a criança foi vista pela última vez. As buscas se concentram em áreas de mata e outros pontos isolados do município.

O caso começou a ganhar repercussão na última sexta-feira (11), quando Eduarda afirmou que sua filha havia sido sequestrada por quatro pessoas — três homens e uma mulher — enquanto ela aguardava o transporte escolar com seu filho mais velho às margens da BR-101. No entanto, segundo informações da SSP, a jovem apresentou uma nova versão do ocorrido, que contradiz o depoimento anterior e levanta suspeitas sobre o suposto sequestro.

As autoridades optaram por não divulgar o conteúdo do novo relato, temendo prejuízos ao andamento das investigações. “Foi uma situação inusitada. A mãe mudou a versão apresentada inicialmente. Infelizmente, essa nova versão não pode ser divulgada agora, porque isso atrapalharia muito o andamento das investigações”, declarou o delegado Igor Diego, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (DRACCO), que coordena o inquérito ao lado do delegado João Marcello.

A credibilidade da primeira versão de Eduarda foi abalada por testemunhas ouvidas nos últimos dias. Nenhuma delas afirmou ter presenciado qualquer movimentação suspeita na região indicada pela mãe. Também não houve confirmação sobre a presença de um veículo no local ou da mulher que teria supostamente levado a criança de seus braços.

Com as contradições e ausência de provas que sustentem a história do sequestro, os investigadores voltaram seus esforços para uma possível linha de investigação que aponta para um crime mais grave: a morte da bebê.

As buscas continuam intensas, e o caso tem mobilizado a opinião pública, que acompanha com apreensão cada novo desdobramento. A SSP informou que novas informações só serão divulgadas quando não comprometerem as investigações.

A tragédia que abala Novo Lino segue cercada de dúvidas, e a principal esperança das autoridades agora é que as diligências possam revelar o paradeiro da pequena Ana Beatriz e esclarecer, enfim, o que de fato aconteceu.