Ciro Gomes durante coletiva em Maceió- Reprodução GazetaNews
Em Maceió, onde ministrou uma palestra na programação da Câmara de Estudos Políticos, criada pelo vice-governador Ronaldo Lessa (PDT), o advogado e ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, criticou a política econômica do governo Lula (PT), que, em sua avaliação, adotou um modelo que levará o Brasil à insolvência em, no máximo, três anos. Ele disse que a atual gestão federal segue o mesmo método de Bolsonaro (PL).
Antes da palestra proferida no auditório do Centro de Convenções, na manhã desta quinta-feira (25), o ex-ministro concedeu entrevista coletiva. Ciro foi questionado sobre as ações do Governo Federal no segmento econômico, a implementação do programa Desenrola (idealizado originalmente por ele) e acusação petista de que ele estaria se aliando a bolsonaristas em vários estados, sendo incoerente com o próprio discurso.
Enfático, respondeu que “o ajuste fiscal precisa ser explicado para a população". Na opinião de Ciro Gomes, atualmente, "o governo está interessado em gerar excedentes para jogar no saque sem fundo da especulação financeira. E isso é o que domina a grande mídia brasileira e infelizmente é o que guia a política brasileira hoje, e tanto faz se seja Lula ou Bolsonaro, com o modelo rigorosamente o mesmo, com superávit primário, meta de inflação, câmbio flutuante, autonomia do Banco Central e política de paridade de preços internacional da Petrobras. Tudo isso é o que produz esse resultado que temos”, destacou.
Para ele, o Brasil vive uma estagnação econômica de décadas, ficando para trás, frente a outras nações em desenvolvimento e repetindo todos os indicadores de 2014. Ciro diz que o Governo Lula engana a população, dominando a grande mídia do Sudeste (mídia nacional), mas está com o olho no lucro, mantendo a maior taxa de juros do planeta, sem rival.
Programa Desenrola
Acerca do programa Desenrola- destacou: “Lamento o fato de eles terem fraudado a ideia. Ao entregarem para os bancos, via fundo garantidor, o lastro para fazer a negociação da dívida simplesmente não funcionou. O governo Lula começa com 72 milhões de brasileiros humilhados no SPC/Serasa e continua do mesmo jeito. Destruíram a ideia porque não copiaram direito”, avalia.
Ele também se posicionou sobre os ataques que recebeu pelos apoios eleitorais neste ano. “É uma agressão e isso só mostra o vazio ideológico do PT e a sua brutal contradição. Eu não sou governo, apenas um militante político que nem pretende mais ser candidato, mas o Lula, o líder maior do PT e dono do PT, tem três ministros do União Brasil dentro do governo, um deles indiciado pela PF. Aí eu apoio um candidato do União Brasil e eu é quem estou me aliando a bolsonaristas? Em Salvador, a nossa aliança é com um prefeito do União Brasil para reeleição e a nossa vice está lá. Então, quem é coerente e quem é incoerente?”