Nesta segunda-feira (3), a Petrobras anunciou a diminuição do preço do querosene de aviação (QAV), sendo este o primeiro reajuste em combustível feito sob a gestão de Magda Chambriard. O corte foi de 7,6% sobre o valor médio do QAV vendido para as distribuidoras. Em dezembro de 2022 houve uma redução acumulada de 26,7%, enquanto o recuo somado neste ano é de 8,8%.
“A Petrobras comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras, que por sua vez transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores. Distribuidores e revendedores são os responsáveis pelas instalações nos aeroportos e pelos serviços de abastecimento”, informou a empresa.
Em sua primeira coletiva de imprensa como CEO da Petrobras, Magda disse que manteria a política de preços “abrasileirados”, alinhada com os procedimentos implantados pelo sucessor, Jean Paul Prates.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. O posto será assumido por Magda Chambriard, que já foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) durante o governo Dilma Rousseff. As informações são da colunista Malu Gaspar, de O Globo. Segundo o veículo, Prates se despediu de seus diretores na tarde da terça-feira (14).
Nos últimos meses, Prates esteve envolvido em embates internos no comando da estatal. Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se opunham à permanência de Prates na função, mas até então ele estava sendo mantido.
A situação já era prevista. No início de abril, pessoas próximas ao presidente Lula afirmaram que ele chegou a comunicar aliados sobre sua intenção de demitir Prates.
Relembre a crise
A crise que levou à saída de Prates girou em torno da decisão do conselho da empresa de reter os recursos disponíveis para dividendos extraordinários – que são pagos aos acionistas quando a empresa tem aumento de caixa além do esperado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se posicionou ao lado de Prates, em defesa do pagamento de remuneração extra aos acionistas, mas os ministros Alexandre Silveira e Rui Costa foram contrários.
Lula participou em março de duas reuniões no Palácio do Planalto com a presença de ministros, diretores e conselheiros da companhia. Ele defendeu que a empresa usasse para investimentos o dinheiro que seria destinado à remuneração extra.
Com a decisão de não pagar, o presidente da Petrobras saiu derrotado. Daí em diante, a crise se agravou entre Silveira e Prates, com o presidente da Petrobras se irritando com as entrevistas do ministro de Minas e Energia criticando sua posição.