Refinaria Abreu e Lima | Foto: Agência Petrobras

As construtoras Andrade Gutierrez e Novonor, a ex-Odebrecht, venceram a licitação para as obras de complementação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), que foi o pivô da Operação Lava Jato. As obras são do segundo trem da Rnest e devem ampliar de 100 mil para 260 mil barris por dia a produção de diesel S10. O objetivo é trazer autossuficiência do combustível para o país.

A Consag, empresa da Andrade Gutierrez, venceu dos lotes, cujos valores giram em torno de R$ 3,9 bilhões. A Tenenge, da Novonor, também ficou com dois lotes, mas as quantias envolvidas estão acima de R$ 8 bilhões. Além dessas duas, outras três companhias venceram a disputa.

Ambas as construtoras mencionadas estavam envolvidas em um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil. Desde a Lava Jato, a Odebrecht precisou recorrer à Justiça para não falir e entrou em uma recuperação judicial. A Andrade, por sua vez, passou por uma reestruturação.

A Abreu e Lima tem um histórico de corrupção desde o 1° mandato do governo Lula até a gestão de Dilma Rousseff. A refinaria é responsável por 6% da capacidade de refino da Petrobras e 15% de toda produção de S10 da empresa.

Foto: Sandy James/DP Foto

Na última quinta-feira (18), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que custará entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões à estatal concluir as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. As obras haviam sido paradas em 2015, depois da descoberta do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato, e foram retomadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até agora, a Petrobras gastou cerca de R$ 90 bilhões no projeto.

O orçamento original da obra era de R$ 12 bilhões.

Na cerimônia de ontem, onde Lula retomou o projeto, Prates defendeu o investimento e disse que a refinaria terá uma receita equivalente ao seu custo no primeiro ano de operação completa, previsto para 2028. O presidente da estatal também falou que a refinaria poderá resistir para além da era dos combustíveis fósseis, pois processará diesel com o uso de insumos vegetais.

“Essa é uma refinaria de cem anos, é uma refinaria para depois que o petróleo acabar", disse. "Isso aqui não faz combustível fóssil, faz energia líquida. Hoje, o mais acessível para a população e o que menos dá trabalho para produzir é o hidrocarboneto, mas vai produzir hidrogênio, vai produzir diesel renovável”, continuou.

Lula também defendeu a refinaria e questionou a paralisação de suas obras por conta da Lava Jato. “Imagine quanto dinheiro o Brasil perdeu com esses dez anos de obras paradas", declarou.

TCU vê a obra como malogro comercial bilionário

Em 2021, o Tribunal de Contas da União (TCU) disse que a obra é um exemplo de “como uma ideia virtuosa e promissora pode se transformar num malogro comercial bilionário”. A afirmativa está em um caderno sobre o projeto, lançado em 2021. De acordo com o ministro Benjamin Zymler, o projeto subverteu um sistema de governança sofisticado, de modo que enredou toda a alta administração da empresa em um esquema de corrupção e desvio de recursos. 

Retomada das obras

Com a retomada das obras, será feita uma ampliação da capacidade da primeira unidade da refinaria, inaugurada em 2014. O contrato foi assinado com a construtora Engecampo, custando R$ 91,7 milhões. Posteriormente, a segunda unidade será concluída.

Ao fim de tudo, a Petrobras poderá, em tese, passar de 100 mil para 260 mil barris por dia, com foco na produção de diesel.

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