Em documento encaminhado aos Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE), a Comissão Especial de Investigação (CEI) da Câmara de Vereadores de Maceió, que investigou os problemas geológicos nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto, recomenda: os indiciamentos dos diretores da petroquímica Braskem e dos diretores da Agência Nacional de Mineração de Alagoas (ANM/AL) por omissão na fiscalização. A CEI quer que as Defesas Civis Estadual e Federal acampem nos bairros afetados a fim de providenciarem a solução para os moradores. Também condenam o governador Renan Filho (MDB) pela inércia no caso.
O presidente da CEI, vereador Francisco Sales (PPL), recomendou, também, que o governador Renan Filho deixe de lado as diferenças políticas com Rui Palmeira (PSDB) e se sente com o prefeito de Maceió para resolver o problema da população que permanece em áreas críticas e ainda não recebeu ajuda social da Defesa Civil.
Depois de quatro meses de investigação a respeito dos problemas geológicos que provocaram afundamento de ruas, rachaduras nos imóveis, evacuação de moradores e prejuízos a mais de 20 mil pessoas, a CEI chegou à conclusão que a origem de tudo está em áreas de exploração das minas de salgema da Braskem.
Outro fato que chamou a atenção dos membros da CEI é que, depois da divulgação do relatório da CPRM, em maio passado, apontando a indústria como causadora do problema geológico, os técnicos do órgão do Ministério de Minas e Energia e a Defesa Civil Estadual foram embora dos bairros. A Defesa Civil Municipal montou base de operações e permanece no Pinheiro.
Para a Braskem permanecer em Maceió, os seis vereadores da CEI defendem que a indústria comece a indenizar as famílias prejudicadas e sugere que a exploração do minério ocorra em áreas distantes da zona urbana.