Foto: Geraldo Magela/Senado

Nesta sexta-feira (26), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou um depoimento de 2h20 a investigadores do FBI e da Polícia Federal (PF) brasileira. A ação foi realizada através de uma videoconferência, que teve início às 11h. Durante sua fala, Cid deu novos detalhes sobre as joias sauditas recebidas de presente pelo governo brasileiro e que teve uma parte vendida nos EUA.

Essa foi a primeira vez que os federais americanos participaram de uma oitiva com Mauro Cid. Durante o depoimento, o militar forneceu horários, endereços e dias da chamada “operação resgate” das joias.

Um novo depoimento de Cid não está descartado.

PF nos EUA

Uma equipe da PF brasileira viajou aos Estados Unidos para colher evidências sobre o caso das joias sauditas e da fraude em cartões de vacina envolvendo o entorno de Bolsonaro. Na América, os agentes devem conseguir imagens e documentos que ajudem na conclusão do inquérito sobre ambos os episódios investigados.

Os comerciantes das lojas onde as joias foram vendidas e recompradas também devem ser ouvidos.

Marcelo Chello/Especial Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados mais próximos viram com desconfiança o suposto vazamento de áudios de Mauro Cid criticando a Polícia Federal e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Nas gravações, reveladas pela Veja,  Cid critica a forma como a PF conduziu seu interrogatório durante a colaboração premiada, sugerindo ter sido pressionado a confirmar uma “narrativa pronta”.

“Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu?”, afirma o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em um dos áudios.

Em outra gravação, Cid diz que Moraes “é a lei”. “Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, afirmou.

“Desabafo orquestrado”

De acordo com  a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, Mauro Cid confirmou a interlocutores a veracidade dos áudios. O tenente-coronel disse que as gravações seriam um “desabafo” com um amigo, cujo nome não se recordava no momento.

Para Bolsonaro e seus aliados, o conteúdo e o formato dos áudios indicam que Cid e sua equipe de defesa podem ter “orquestrado” a divulgação dessas gravações com algum objetivo específico.

“É um desabafo orquestrado. O áudio está limpo, bem construído”, avaliou à coluna um auxiliar de Bolsonaro, que diz ainda tentar entender o real objetivo do ex-ajudante de ordens com a divulgação dos áudios.

O que diz a defesa de Cid

Em nota, a defesa de Cid afirmou que os áudios seriam “clandestinos”, mas reforçou a tese de que o conteúdo “não passam de um desabafo” em que o militar relata o momento difícil e angústia pessoal pelo qual passa.

s advogados dizem ainda que “não subscrevem” o conteúdo dos áudios e que as gravações, “de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada”.

 

Foto: Geraldo Magela/Senado

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid deve ser ouvido nesta sexta-feira (22/3), às 13h, pelo juiz-instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. A sugestão para que ele seja ouvido partiu da Polícia Federal (PF), a fim de que o militar esclareça áudios em que ataca o ministro do STF e a própria corporação.

A informação é do colunista Gerson Camarotti. Os áudios foram divulgados pela revista Veja na noite desta quinta-feira (21/3). De acordo com a reportagem, Cid afirmou que a corporação está com a “narrativa pronta” e que os investigadores “não queriam saber a verdade”.

Com a divulgação dos áudios, a Polícia Federal pode reavaliar a delação premiada de Mauro Cid, que foi aceita pela instituição em setembro de 2023.

Em nota, a defesa de Cid afirmou que, em nenhum momento, ele coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do STF na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador. “Seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, completou.

“Referidos áudios divulgados pela revista Veja, ao que parecem clandestinos, não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando”, declarou a defesa de Cid.

Segundo os advogados, esse “desabafo” vem “da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda”.

“[…] Mas que, de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus defensores constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos estritos termos da legalidade”, continuou.

Esclarecendo críticas à PF

Inicialmente, os investigadores queriam chamar Cid para esclarecer questões envolvendo os áudios. Porém, mudaram a rota e acharam melhor sugerir que o ex-ajudante de ordens seja ouvido pelo juiz-instrutor, já que Cid os colocou sob suspeição.

À jornalista Andreia Sadi fontes ligadas à investigação disseram acreditar que Cid só tem a perder, já que a avaliação é a de que a delação do ex-ajudante de ordens só corrobora as demais provas que a Polícia Federal já tem, trazendo poucas novidades.

Integrantes da PF avaliam ainda que Cid parece estar tentando mandar recados para o círculo pessoal dele, criticando a corporação e o ministro Alexandre de Moraes.

Entre militares, o movimento de Cid — se confirmado como gesto a Bolsonaro — é considerado um tiro no pé, uma vez que a investigação já se mostrou bastante aprofundada no que diz respeito ao ex-ajudante de ordens.

Foto: Geraldo Magela/Senado

Durante o seu depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que suas palavras foram manipuladas e negou ter dito que “o presidente tramou um golpe”. De acordo com ele, as discussões que ocorreram eram hipotéticas, dependendo da comprovação de uma fraude eleitoral. O depoimento de Cid se dá no âmbito de um acordo de colaboração.

Além de ter negado a trama do golpe, o militar retratou Bolsonaro com alguém frustrado com a derrota nas urnas e perseguido pelo Judiciário. Entretanto, essa versão do discurso entra em contradição com os registros obtidos pela PF, incluindo a mensagem onde Cid menciona a pressão sobre Bolsonaro por ações mais drásticas.

O tenente-coronel é um dos alvos da PF, que investiga uma suposta trama de golpe de Estado. Cid já teve documentos pessoais e mensagens analisados pelos agentes, que sugerem articulações para contestar o resultado das eleições de 2022.

Mauro Cid deve prestar um novo depoimento amanhã (11).

Tenente-coronel Mauro Cid é afastado de suas funções no Exército | Foto: Geraldo Magela/Senado

O Exército brasileiro afastou, neste domingo (10), o Tenente-coronel Mauro Barbosa Cid de suas funções nas Forças Armadas. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) ficará a cargo do Departamento-Geral de Pessoal (DGP) sem ocupar cargo ou função e recebendo remuneração de oficial superior.

O afastamento atende a um pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) em decisão do Ministro Alexandre de Moraes, que homologou um acordo de delação premiada de Mauro Cid com a Polícia Federal no último sábado (9).

“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército Brasileiro cumprirá a decisão judicial expedida pelo Ministro Alexandre de Moraes e o Tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP), sem ocupar cargo e exercer função”, aponta a nota.

Após quatro meses de prisão em um batalhão do Exército, em Brasília, Cid teve liberdade provisória concedida no sábado, com a condição de seguir algumas medidas cautelares, de acordo com a Petição 10405, que tramita em sigilo no STF. O afastamento do Exército era uma das medidas impostas pela homologação do acordo.

Com a decisão, Cid deve fornecer informações mais detalhadas e apresentar provas que auxiliem as investigações que envolvem o seu ex-chefe, Jair Bolsonaro. Entre os casos, consta fraude em cartões de vacinação, comercialização de joias recebidas pelo governo brasileiro e o envolvimento em uma conversa para planejar um golpe no país. Em contrapartida, caso seja condenado, Cid poderá usufruir de um abatimento ou até mesmo ser perdoado de uma eventual pena.

Confira as medidas cautelares impostas:
- Utilização de tornozeleira eletrônica;
- Proibição de sair de casa à noite e nos finais de semana;
- Afastamento das funções de seu cargo no Exército;
- Obrigação de se apresentar semanalmente perante ao Juízo da Execução da Comarca de origem;
- Proibição de se ausentar do país e cancelamento de todos os passaportes emitidos em nome do investigado;
- Suspensão imediata de porte de arma de fogo, bem como de realizar atividades de colecionador, tiro desportivo e caça;
- Proibição de utilização de redes sociais;
- Proibição de se comunicar com os demais investigados, com exceção da esposa, filha e pai.

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