Marcha para Jesus - Foto: TV Globo/ Reprodução

Cotados para disputar a Presidência da República em 2026, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), subiram ao palco da Marcha para Jesus nesta quinta-feira (30), na capital paulista, mas evitaram sair do script religioso. No evento evangélico, foram discretos sobre temas políticos e apostaram em passagens bíblicas.

Enquanto o governador Tarcísio de Freitas evitou falar sobre outras figuras políticas, o apóstolo Estevam Hernandes, organizador do evento, resgatou o nome de Jair Bolsonaro ao se referir a ele como "nosso presidente". Na introdução para chamar Tarcísio ao palco, disse lembrar de quando o ex-presidente sugeriu que o líder religioso apoiasse o nome do governador na última disputa eleitoral. "Identificamos um grande homem de Deus", afirmou, referindo-se ao líder do Executivo paulista.

Ao subir ao palco, Caiado acenou aos evangélicos com o discurso de preservação da família, segurança pública e combate às drogas. No entanto, sem menções a temas mais polêmico ou referências diretas à política.

Outros políticos ligados ao eleitorado evangélico também marcaram presença. Entre eles, o presidente nacional do Republicanos e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcos Pereira. Vereadores, deputados e representantes do Executivo participaram de um momento em que os líderes evangélicos oraram por eles, reforçando o forte elo entre o discurso político e religioso.

Governo
Do lado do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o representante enviado foi o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que é evangélico. Ele entregou uma carta de Lula a Estevam Hernandes na qual o presidente diz que a igreja desempenha um "papel vital" no compromisso de construir um país mais "justo e inclusivo" e que norteia as ações do governo federal.

Lula foi convidado ao ato, mas pelo segundo ano seguido, não compareceu.

Prefeitura
De olho na eleição municipal, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que é católico, já havia feito uma aparição mais cedo. Ao subir no trio elétrico rodeado por fiéis disse amar Jesus Cristo. Ao longo da tarde, o político, chamado de "servo de Deus" por Estevam, teve mais duas participações no evento. Em uma delas, se juntou a uma atração gospel e cantou um pequeno pedaço de uma música evangélica.

Na sequência, fez um discurso rápido em que comemorou a realização da Marcha e disse que o evento "abençoaria São Paulo, o Brasil e o Mundo". Nunes encerrou a breve fala com um "viva, Jesus".

Lula e Putin Crédito: Ricardo Stuckert e Divulgação

A Presidência de República impôs sigilo sobre a carta do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, a Vladimir Putin, enviada em março, com cumprimentos pela reeleição do colega russo. O inteiro teor não foi divulgado na ocasião e agora o governo decidiu aplicar uma regra ainda mais restritiva.

A Casa Civil da Presidência da República negou um pedido com base na Lei de Acesso à Informação, datado de 20 de março, com o argumento de que o "sigilo de correspondência" tem como fundamento "proteger a vida privada e a intimidade" do presidente. Segundo o Palácio do Planalto, a carta foi escrita pelo "cidadão Lula".

RELAÇÃO PESSOAL

Na contramão desta decisão sobre Putin, o próprio Lula disse, nesta semana, que divulgaria o conteúdo da terceira carta enviada a ele pelo presidente da Argentina, Javier Milei. Lula e seu partido investem em relação amistosa com Putin - o que não ocorre com Milei. "O direito fundamental ao sigilo de correspondência pode ser invocado quando necessário para a proteção da vida privada e da intimidade do presidente da República", disse o governo.

O Planalto não especificou o prazo de vigência do sigilo, ao fim do qual a carta poderia se tornar pública. Servidores que analisaram pedidos similares entendem que cartas de viés pessoal podem ser mantidas em segredo por 100 anos - a não ser que haja consentimento expresso do remetente ou destinatário.

O pedido negado no dia 16 de abril solicitava o acesso à "íntegra da carta de Lula e Putin". Na resposta negativa, a Casa Civil lançou a alegação de mensagem de caráter pessoal. "Considerando as relações interpessoais que o presidente mantém cotidianamente, ainda que se tratem de correspondências mantidas com autoridades nacionais ou estrangeiras e mesmo que decorram do exercício do cargo, nem assim deixam de merecer a tutela dos direitos à intimidade e à privacidade."

Pró Rússia

O brasileiro já disse que ucranianos e russos tinham responsabilidades similares no conflito, apesar de a Ucrânia ter sido invadida, e sugeriu que Zelenski cedesse a Crimeia, anexada em 2014 por tropas russas, para encerrar a guerra. A proposta repercutiu mal e foi rejeitada.

Ainda assim, Lula insiste que não tomou partido de ninguém, defende uma negociação de paz e se diz um "pacifista". Nesta semana, ele despachou mais uma vez a Moscou o ex-chanceler Celso Amorim, seu assessor para assuntos internacionais.

Lula pretende se encontrar com Putin em outubro na cúpula do Brics, em Kazan, e pode recebê-lo no Brasil para o G-20, mesmo Putin tendo contra si um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), por crimes de guerra.

Presidente argentino, Javier Milei                              Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian

O presidente da Argentina, Javier Milei, escreveu uma nova carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na busca por uma aproximação entre os governos. A chanceler argentina, Diana Mondino, primeira ministra a ser enviada por Milei para uma visita oficial ao Brasil, entregou a carta em Brasília, nesta segunda-feira (15/4). A entrega da carta foi noticiada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.

Mondino foi recebida no Palácio do Itamaraty pelo ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores). Eles tiveram uma reunião privada, uma reunião ampliada e depois deram uma declaração à imprensa e responderam perguntas de jornalistas, antes de almoçarem juntos e com integrantes dos dois governos. Ela também foi recebida pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, mas não pelo petista.

Estadão apurou que o conteúdo não veio a público ainda, porque o ministro Mauro Vieira ficou de entregar a carta ainda lacrada ao presidente Lula. Mas a missiva é uma nova forma de reiterar a "prioridade na relação com o Brasil", segundo a ministra disse a interlocutores da diplomacia brasileira.

A chanceler tem pregado uma relação pragmática por parte de Milei. Questionada sobre um encontro entre ambos, Mondino despistou e argumentou que as agendas internacionais de ambos são "complexas", mas que "em algum momento teremos que esperar por isso".

A estratégia de Milei tem sido falar reservadamente e por escrito com Lula, mas isso não deve ser o suficiente. O Palácio do Planalto desconfia da aparente "moderação" e quer um gesto público de Milei em sinal de desculpas a Lula.

Terceira carta

Trata-se da terceira carta de Milei a Lula desde sua eleição, marcada por divergências, ofensas e provocações na campanha eleitoral para a Casa Rosada. O argentino, ícone da direita regional e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, mandou uma carta para convidar Lula a sua posse - o que foi ignorado pelo petista - e depois escreveu outra comunicando a decisão de não ingressar no Brics. Nesta segunda, ele disse que aguardava por um momento para se reunir com Lula pela primeira vez.

Existe um calendário internacional que pode levar Lula e Milei aos mesmos eventos em 2024: uma reunião de presidentes sul-americanos em Santiago, que o governo chileno tenta promover em meados de maio, e as cúpulas já agendadas do G-7 na Puglia, Itália, do Mercosul em Assunção, no Paraguai, em julho, e do G-20, no Rio, em novembro.

Ministra de Milei recua em posição sobre Elon Musk

Durante a visita, Diana Mondino afirmou que o governo argentino não pretende intervir em questões internas do País, depois de Javier Milei ter oferecido "a ajuda que precisasse" ao magnata Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), que trava embate com o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Os temas internos e judiciais de cada país são próprios de cada país. O governo argentino jamais vai interferir nos processos democráticos ou nos processos judiciais de cada país. Confiamos na Justiça de cada país. Nós defendemos a liberdade de expressão em todos os sentidos", disse em resposta a questionamento de jornalistas no Itamaraty.

Musk passou a ser investigado no Brasil depois de acusar o ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem chamou de "ditador", de censura e ameaçar descumprir decisões judiciais no Brasil.

Como mostrou o Estadão, a declaração de Milei em encontro com Elon Musk na semana passada pegou de surpresa os diplomatas que estavam envolvidos na organização da visita de Diana Mondino a Brasília e interrompeu a trajetória de pacificação que vinha sendo sinalizada. Isso porque o teor da manifestação foi percebido no governo brasileiro como um posicionamento evidente a favor da narrativa de Musk.

Nesse contexto, a passagem de Mondino por Brasília serve para testar se os governos conseguem avançar em um trabalho conjunto, apesar das divergências.

 

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