Delegado Allan Turnowski é réu por organização criminosa - Foto: Reprodução
O ex-secretário da Polícia Civil, delegado Allan Turnowski foi preso, na noite da terça-feira (6), após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro expedir um mandado de prisão contra ele.
Na quinta-feira (1º), a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) reestabeleceu a prisão preventiva do policial, que é réu por organização criminosa. Turnowski é acusado de receber propina e colaborar com contraventores do jogo do bicho. Ele sempre negou as acusações.
O g1 apurou que, após saber do mandado de prisão, Turnowski foi até à Corregedoria Interna da Polícia Civil, no Centro do Rio, e se entregou. De acordo com fontes, a medida foi para evitar constrangimentos à família e vizinhos. O delegado, agora preso, dormiu no prédio onde chefiou a instituição.
O ex-secretário foi preso em continuidade às investigações sobre o delegado Maurício Demétrio, que está preso desde 2021, acusado de corrupção dentro da Polícia Civil. Demétrio é investigado por suspeita de forjar operações para incriminar adversários e também teria participação na morte de um contraventor. O ex-delegado foi condenado há quase 10 anos de prisão por obstrução de justiça.
Quem é Allan Turnowski?
Turnowski foi chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral (MDB) e deixou a pasta durante uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto vazamento de uma operação. O caso foi arquivado por falta de provas. O delegado sempre negou qualquer irregularidade.
Depois, em 2020, ele voltou ao posto – que passou a ser uma secretaria do governo do estado – onde ficou até o início deste ano, quando saiu para se candidatar. Sob sua gestão, a pasta inaugurou uma força-tarefa de combate às milícias, que até março de 2022 tinha contabilizados mais de 1,2 mil presos.
Turnowski também anunciou reformas em 25 delegacias e criou um prédio para o setor de Inteligência da Polícia Civil, no Centro do Rio.
Durante sua gestão, no entanto, Turnowski foi criticado pelas 28 mortes em uma operação no Jacarezinho, em maio de 2021. O secretário sempre defendeu a ação da Polícia Civil.
Mesmo com uma decisão do STF restringindo operações no Rio durante a pandemia, o número de ações da polícia aumentou entre 2020 e 2021.