Em audiência pública, ocorrida na tarde desta terça-feira (19), na cidade de Palmeira dos Índios, o Ministério Público Estadual (MPE) determinou uma série de medidas na apuração do caso dos adolescentes que postaram vídeo nas redes sociais com máscaras dos atiradores que mataram alunos e servidores, semana passada, na cidade de Suzano, no interior de São Paulo.
Na audiência, promotor Sérgio Vieira recebeu informação de que as fotos que estão circulando foram tiradas há alguns meses e não é nada recente. Porém, como só agora elas ganharam repercussão, a promotoria vai acompanhar o caso.
Além disso, a direção da escola relatou que os dois adolescentes envolvidos no fato não têm comportamento agressivo dentro da unidade de ensino, e nunca se envolveram em nenhuma situação de violência.
Entretanto, em razão do tipo de post feito por eles, o promotor vai solicitar um estudo psicossocial dos dois adolescentes envolvidos no caso. Esse estudo será solicitado ao CREAS, ao CRAS e ao Conselho Tutelar da cidade.
Ainda durante a visita, a escola ficou de informar, o mais breve possível, os nomes completos e endereços dos dois adolescentes e quando os dados chegarem à promotoria, tanto os pais quanto os adolescentes serão intimados para prestar depoimentos.
A escola prometeu entregar ao Ministério Público, o quanto antes, um relatório sobre toda a situação causada dentro da instituição de ensino, após a divulgação das imagens.
O delegado de Palmeira dos Índios, Alexandre Leite, já instaurou um procedimento investigativo para apurar o fato.
Entenda o caso
O Centro Educacional Cristo Redentor, no bairro São Cristóvão, em Palmeira dos Índios, com 75 anos de existência, vivenciou, nesta terça-feira (19), algo que nunca viveu após vazar fotos de um aluno do 3º ano do ensino médio. As aulas precisaram ser suspensas.
Em uma das imagens publicadas em janeiro pelo estudante, ele aparece com a mesma máscara dos atiradores de Suzano (SP), mas qualquer mensagem de ameaça é negada pela diretoria do colégio, que desde essa ontem (18) à noite acompanha o caso diretamente.
"O estudante e toda a sua família estão muito assustados", declarou uma funcionária ao Diário Arapiraca. "É bom lembrar que estamos nos referindo a um menor de idade e todo cuidado é pouco", completou.
A psicóloga da instituição de ensino, identificada como Vanessa, comentou que o aluno mantém um bom relacionamento com todos do colégio, onde ele estuda desde o maternal, e não tem nenhuma queixa sobre o comportamento do mesmo, que no momento tem sofrido muito com a retaliação da sociedade.
"Nada disso é verídico", garantiu Vanessa. "O aluno está indignado com a repercussão, ele próprio procurou a diretoria, hoje pediu para ir para casa por vergonha e disse que todos os seus colegas são muito importantes para ele".
Apaixonado por fotogafias e rock, as imagens do garoto chamam atenção na rede, mas de acordo com a direção da escola nada tem a ver com o ataque ocorrido em Suzano ou qualquer ligação com violência.