
Milei recebe o bastão presidencial de Alberto Fernández, outro símbolo do poder na Argentina — Foto: Natacha Pisarenko/AP
Empossado presidente da Argentina neste domingo (10), Javier Milei, já assinou o primeiro decreto de sua gestão. A medida reduz o número de ministérios do país a nove, a metade do que tinha seu antecessor, o agora ex-presidente Alberto Fernández.
O governo do ultraliberal terá, assim, as seguintes pastas:
Ministério de Interior;
Ministério de Relações Exteriores;
Ministério de Comercio Internacional e Culto;
Ministério da Defesa;
Ministério da Economia;
Ministério de Infraestrutura;
Ministério da Justiça;
Ministério de Segurança;
Ministério da Saúde e Capital Humano.
Segundo Milei, a medida é a primeira para cortar gastos públicos, uma das bandeiras que ele levantou durante discurso neste domingo.
Revisão
A vice-presidente de Javier Milei, Victoria Villarruel, prometeu revisar a atual política de memória e direitos humanos do país, que indenizou milhares de vítimas da repressão provocada pelo Estado durante a última ditadura militar (1976-1983).
A proposta ainda não foi detalhada, mas a insistência da advogada de 48 anos nesta pauta representa uma guinada na política da Argentina, onde até então, de acordo com analistas, havia um relativo consenso na elite política sobre como tratar o regime comandado por militares.
Em setembro, um dos maiores centros militares de tortura daquele período, a Esma — já transformado no Espaço Memória e Direitos Humanos na década passada.
No entanto, para a vice de Milei, essa política implementada não é correta. Villaruel tem dito que defende “a memória completa”, que, segundo ela, deve considerar que havia "uma guerra" que colocava militares e forças de segurança de um lado e, do outro, guerrilheiros de esquerda a quem chama de "terroristas".
