
Ciro Gomes- Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
Em um discurso contundente e marcado por indignação, o ex-governador Ciro Gomes afirmou nesta semana que o Ceará vive uma “ditadura corrupta”, denunciando supostas interferências políticas no Judiciário, corrupção generalizada e relações entre facções criminosas e autoridades públicas.
“O Ceará virou um monstro. Uma ditadura corrupta em que há intrusão do poder no Judiciário, no Ministério Público e na imprensa”, declarou Ciro, acrescentando que, embora se sinta desmotivado a continuar na política, ainda carrega a responsabilidade de denunciar o que considera abusos e desvios éticos no estado.
O ex-ministro citou casos específicos que, segundo ele, evidenciam a presença do crime organizado na política cearense. Entre eles, mencionou o caso de Braguinha, candidato do PSB preso e cassado por suposta ligação com o Comando Vermelho, e destacou que o filho dele foi eleito no lugar do pai, pelo mesmo partido.
“O PSB, presidido no Ceará pelo pai do ministro Camilo Santana, não fez uma nota de repúdio, nada. E o filho do acusado foi eleito no lugar dele”, afirmou.
Ciro também apontou irregularidades em municípios como Choró e Icó, onde haveria esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo prefeituras e parlamentares, citando a movimentação de R$ 10 milhões por meio de uma farmácia ligada a um político do PT.
Encerrando o discurso, o ex-governador fez um apelo à imprensa nacional:
“Eu suplico que a imprensa brasileira vá olhar isso para nos ajudar.”
As declarações de Ciro Gomes reacendem o debate sobre o avanço das facções criminosas na política do Nordeste e sobre o silêncio institucional diante de denúncias que envolvem partidos e figuras influentes do cenário político cearense.

