Cabo da PM diz em depoimento ter disparado tiros que mataram padeiro em Maceió

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 / Publicado em 25/09/2019
Cabo da PM (sem farda e de boné) confessou ter dado os tiros que mataram padeiro em Maceió; ele prestou depoimento na Delegacia de Homicídios e foi liberado — Foto: Ailton Cruz/ Gazeta de Alagoas

Cabo da PM diz em depoimento ter disparado tiros que mataram padeiro em Maceió

Um cabo da Polícia Militar, que não teve o nome divulgado, admitiu em depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (24) ter feito cinco disparos no fim de semana para assustar assaltantes em Cruz das Almas, Maceió, e acabou atingindo o padeiro Marcos Firmino dos Santos, 34, que não tinha cometido crime algum. A informação é da delegada responsável pelo caso, Tacyana Ribeiro.

O PM, que fazia 'bico' de segurança em um estabelecimento comercial na região, se apresentou à Delegacia de Homicídios nesta tarde, mas não ficou preso.

A delegada disse que o militar atirou porque dois assaltantes estavam roubando uma mulher em um ponto de ônibus próximo ao estabelecimento onde ele fazia segurança e que acabou acertando o padeiro que passava de motocicleta.

“Ele foi contratado pra fazer a segurança de dentro do estabelecimento e não fora. O que eu vejo aí é uma justiça com as próprias mãos, porque poderia ter tido outra postura do que ele fez. Ele foi muito imprudente ao realizar vários disparos naquela avenida”, disse a delegada de Homicídios.

O cabo da PM entregou a arma utilizada por ele para exame de comparação balística. “Ele usava a arma da corporação e disse que fez cinco disparos e que, ao perceber que havia atingido o motoqueiro que passava do outro lado da avenida, fugiu do local e comunicou o caso à Corporação, que o instruiu a se apresentar na delegacia”, relatou a delegada Tacyana.

Além do militar, prestaram depoimento nesta terça funcionários do estabelecimento comercial em que o cabo da PM trabalha.

A delegada Tacyana disse também que como o militar se apresentou espontaneamente não vai pedir, neste momento, a prisão preventiva dele, mas que deve consultar a Corregedoria para analisar o pedido de afastamento dele das ruas.

Em contato como o G1, o corregedor em exercício da PM-AL, coronel Klingermário, disse que uma investigação interna foi aberta para apurar o caso e que aguarda informações da delegacia. Ainda segundo o corregedor, se ficar comprovado que a arma utilizada na morte do padeiro era da corporação, será um agravante para a situação do militar e um outro inquérito paralelo poderá ser aberto.

O militar pode ser indiciado por homicídio doloso, quando o autor assume o risco de matar, segundo a Polícia Civil.

Família cobra Justiça

O corpo do padeiro foi sepultado na última segunda (23). A família pediu rigor nas investigações do crime.

“Meu irmão é um pai de família trabalhador e o que queremos é justiça para que esse crime não fique impune. Ele perdeu a vida por conta de indivíduos que não sabem trabalhar", falou Adelson Santos, durante o sepultamento do irmão.

 

 

 

 

Fonte: G1

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