
Foto: Marcos Corrêa/Palácio do Planalto
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão governamental que tem a função de analisar operações financeiras suspeitas, apontou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 17,2 milhões via Pix e que aportou, entre janeiro e 4 de julho, R$ 17 milhões em títulos de renda fixa. De acordo com o Coaf, a quantia recebida tem provável origem na campanha de arrecadação feita pelos aliados de Bolsonaro.
A campanha foi anunciada no dia 23 de junho, com o intuito de ajudar o ex-presidente a pagar as multas aplicadas pelo estado de São Paulo, pelo descumprimento de normas sanitárias em 2021, durante a pandemia de covid-19. Ao todo, o valor das penalidades gira em torno de R$ 1 milhão. Segundo informações do G1, no fim de junho o ex-chefe do Executivo disse que já possuía a quantia necessária para pagar as multas e que o valor seria revelado em breve. As dívidas judiciais ainda não foram quitadas.
A valorização nos investimentos feitos pelo ex-presidente está atrelada à taxa Selic, que está fixada em 13,75% ao ano.
O que diz a defesa de Bolsonaro
A defesa de Jair Bolsonaro alegou que os valores depositados têm origem lícita e disse que a violação de sigilo bancário é inaceitável. Confira, logo abaixo, a nota assinada pelos advogados Paulo da Cunha Bueno, Daniel Tesser e pelo ex-ministro de Bolsonaro, Fábio Wajngarten.
“A ampla publicização nos veículos de imprensa de tais informações consiste em insólita, inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário, espécie, da qual é gênero, o direito à intimidade, protegido pela Constituição Federal no capítulo das garantias individuais do cidadão. Para que não se levantem suspeitas levianas e infundadas sobre a origem dos valores divulgados, a defesa informa que estes são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores, tendo, portanto, origem absolutamente lícita”.
