No dia 24 de março, o engenheiro civil Dalton Fernandes Moreira, 45, começou a sentir os primeiros sintomas da Covid-19: febre, dores no corpo, dor de cabeça e atrás dos olhos, diarreia e tosse seca. Finalmente curado, ele retornou ao trabalho na última segunda-feira (4) e falou sobre a doença: "Estava muito debilitado".
Foram semanas doente e, mesmo sem comorbidade, até internação no hospital. A namorada de Moreira, Claire Houly de Sant’Ana, 44, apresentou os mesmos sintomas, mas o teste dela teve resultado não detectável para a doença. Ela também precisou ser internada, ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas se recuperou. Teve alta um dia depois do namorado.
O engenheiro informou que logo após os primeiros sintomas, a tosse progrediu ao ponto de deixá-lo ofegante e não conseguir mais conversar. Uma semana depois, procurou uma Unidade De Pronto Atendimento (UPA), onde foi medicado e passou pelos primeiros exames de sangue, raio-x e coleta de secreções. O resultado positivo para a doença saiu no dia 5 de abril.
A partir daí, ele ficou em casa tomando os remédios prescritos, porém, cinco dias após o tratamento, a febre ainda persistia e ele precisou voltar mais duas vezes para a UPA, de onde foi transferido no mesmo dia para o Hospital Veredas, no bairro do Farol.
"Fiquei no Hospital Veredas por mais três dias, sendo medicado e no soro, pois estava muito debilitado. Dos dias que passei em casa, em 10 não consegui comer praticamente nada, somente algumas frutas. Só tomava suco, água e refrigerante sem sentir o gosto de nada. Quando tive alta do hospital, continuei tomando antibiótico e um expectorante, por cinco dias e orientaram a ficar mais dez dias isolado. Respeitei o isolamento e cumpri com rigor o uso dos medicamentos, que me ajudaram a curar a doença", afirmou o engenheiro.
Recuperado, ele voltou a trabalhar na segunda-feira (4). "Nós temos que tomar muitos cuidado com esse mal que tá assolando todo o mundo”, disse.
A namorada dele, embora o teste não tenha acusado resultado positivo para coronavírus, ficou em estado ainda mais grave, chegando a ficar internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Com uma semana após os sintomas iniciarem, fomos para UPA do Trapiche, onde fizeram nosso exame para Covid-19, mas falaram que poderia ser H1N1 ou Coqueluche. Prescreveram uma medicação e tomamos, só que continuei passando mal e 5 dias depois dei entrada na Unimed. Lá fizeram outros exames e tive que ficar na UTI por 3 dias e 2 dias em um quarto isolado. Estava com saturação baixa e alterações no exame de sangue”, explica a arquiteta.
Mas ambos responderam bem ao tratamento. Claire informou que vai fazer exames de rotina, por recomendação médica, para saber como está seu organismo. Depois de tudo o que passaram, os dois reforçam o coro dos especialistas, para que as pessoas se cuidem e fiquem em casa sempre que possível.
“Vou deixar um recado para a gente poder resguardar a saúde para que todos juntos possamos nos livrar desse mal aí. Se não houver cooperação de todo, mundo vai ser difícil”, avaliou o engenheiro.
“Aos que puderem, por favor, fiquem em suas casas. Acho um absurdo olhar pela janela do prédio e ver pessoas jogando na quadra, pessoas indo caminhar em grupo, todas sem máscara. Elas deveriam ter consciência de que podem adquirir a doença e passar para seus familiares. Pensem no coletivo, porque uma hora não vai ter hospitais disponíveis para todos, como já estamos vendo em outros estados e países”, alertou Claire.