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O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), opera em baixa nesta quarta-feira (15), puxado principalmente pela forte queda nas ações da Petrobras, que chegaram a cair mais de 9% nas primeiras horas de pregão.
Pesa sobre os negócios o anúncio de que Jean Paul Prates foi demitido da presidência da Petrobras, pouco tempo depois das polêmicas sobre a distribuição de dividendos da companhia se acalmarem.
Já dólar opera em alta, com investidores ainda monitorando a situação dos juros norte-americanos e continuam repercutindo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O grande destaque deste pregão fica com a Petrobras, após a companhia informar que Jean Paul Prates foi demitido da presidência na noite desta terça-feira.
Segundo fontes, o presidente Lula decidiu pela demissão de Prates já há algum tempo após uma sequência de desentendimentos com o governo, principalmente por conta da pol.mica da distribuição de dividendos extras pela petroleira. O agora ex-presidente da Petrobras não se entendia com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, havia muito tempo.
De acordo com o blog da Andréia Sadi, Prates citou "intrigas palacianas' após ser demitido. O argumento usado é o de que Jean Paul não estaria entregando resultados da Petrobras na velocidade em que o governo esperava. Ao blog, Jean disse que respeita a decisão, mas afirmou que não pode deixar de dizer que presidente foi levado a adotar a medida por uma intriga palaciana.
Frederico Nobre, chefe de análises da Warren Investimentos, comenta que o mercado foi pego de surpresa com a notícia, já que os conflitos de Prates com o governo pareciam ter ficado no passado.
Para o analista, a notícia é negativa, principalmente porque a possível substituta, Magda Chambriard, é uma executiva com um "viés ideológico mais próximo do desenvolvimentismo".
"Eu avalio como bastante negativa primeiro porque traz uma falta de credibilidade, insegurança. Eu acho que é desnecessário porque o Jean Paul Prates estava fazendo um trabalho bem razoável, era um cara bem ponderado que vem do setor, que conhece o setor, que conhece a empresa. É um cara que fazia uma gestão bem tranquila e tinha um diálogo com o mercado e também com representantes do governo", pontua.
O chefe de análise de ações da Órama, Phil Soares, tem um ponto de vista diferente. Para ele, a indicação de Magda não é negativa, tendo em vista que ela é uma profissional com uma "parte técnica muito boa" e de uma "carreira bem sucedida", sendo a indicação "bastante adequada".
"A gente acredita que a notícia (da demissão) é ruim, mas não muito ruim. Então o papel deve cair, mas sem tanto pessimismo", afirma Soares.