Daniel Zonshine | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Neste domingo (14), o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse estar desapontado pelo Brasil não ter condenado o ataque do Irã a Israel na nota divulgada pelo Itamaraty.

“Eu procurei, mas não achei um tipo de condenação, infelizmente. Fiquei muito desapontado. Acho que quando há este tipo de ataque, e o Brasil aceita isso, ou pelo menos não condena, como disse, fiquei muito desapontado que isso não aconteceu. Espero que não vamos ter que continuar com este tipo de mensagens”, declarou Zonshine.

O ataque do Irã a Israel ocorreu como forma de retaliação por um bombardeio israelense realizado no dia 1° de abril.

Leia a nota do governo brasileiro aqui.

O ministro das Relações Exteriores palestino, Riyad al-Maliki - Foto: Fabrice Coffrini/AFP

O embaixador palestino na ONU pediu nesta quinta-feira (29) ao Conselho de Segurança que condenasse a morte de mais de 100 pessoas na Faixa de Gaza, depois de um episódio caótico durante uma operação de distribuição de alimentos no território. "O Conselho de Segurança deveria dizer basta", declarou Riyad Mansour aos jornalistas.

As forças israelenses abriram fogo contra palestinos que tentavam conseguir ajuda alimentar em uma confusão na qual, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo grupo islamista Hamas, 112 pessoas morreram e 760 ficaram feridas.

"Este massacre atroz é um testemunho de que, enquanto o Conselho de Segurança estiver paralisado e vetado, isso está ceifando a vida do povo palestino", afirmou.

Como um dos cinco membros permanentes do Conselho de 15 membros, os Estados Unidos dispõem de um direito de veto que, como maiores aliados de Israel, exerceram em três ocasiões até agora para impedir a aprovação de resoluções pedindo um cessar-fogo imediato no território palestino.

Mansour disse que se reuniu mais cedo nesta quinta-feira com a embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

"Implorei-lhe que o Conselho de Segurança deve produzir um produto de condenação desta matança e punir os responsáveis por este massacre", contou.

Se o Conselho de Segurança tiver "coragem e determinação para impedir que estes massacres se repitam, o que precisamos é de um cessar-fogo", afirmou Mansour.

O Conselho de Segurança se reuniu em caráter de urgência na tarde desta quinta-feira, a portas fechadas, para tratar dos fatos ocorridos durante a manhã no norte de Gaza, a pedido da Argélia.

O incidente desta quinta se soma ao total de mortes de palestinos que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, superou 30.000, a maioria mulheres e crianças.

A guerra começou em 7 de outubro com um ataque sem precedentes do Hamas que causou a morte de cerca de 1.160 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo números israelenses.

O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Um dia depois de ser convocado para uma reunião com autoridades israelenses no Museu do Holocausto, em Jerusalém, o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, embarcará, nesta terça-feira (20), de volta ao Brasil. No último domingo, Lula comparou as mortes de palestinos na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial.

Israel reagiu com duas medidas: além de repreender publicamente o embaixador brasileiro em um local totalmente fora dos padrões, decidiu declarar Lula como persona non grata.

Por determinação de Lula, o chanceler Mauro Vieira chamou o embaixador brasileiro de volta ao Brasil e convocou o chefe da representação de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, para uma reunião no Palácio do Itamaraty, no Rio. As duas medidas, na linguagem diplomática, têm por objetivo demonstrar a insatisfação do governo brasileiro com as autoridades israelenses.

A ida de Meyer ao Museu do Holocausto foi considerada um "circo" por diplomatas brasileiros. Embora alguns admitissem que a fala de Lula foi "desastrosa" e se tornou uma "armadilha" para o Brasil, a avaliação no governo Lula é que o incidente acabou beneficiando o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que enfrenta uma crise de popularidade em seu país.

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Kantz, que acompanhou Meyer no museu, escreveu em uma rede social que o local é "o lugar que testemunha mais do que qualquer outra coisa o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus, incluindo membros da minha família". Katz mostrou a Meyer o formulário com os nomes de seus avós, mortos durante a Segunda Guerra Mundial.

 

Palácio do Itamaraty | Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Nesta segunda-feira (19), o Ministério de Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty, convocou o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, para uma reunião no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro. O assunto da reunião deve girar em torno da “gravidade das declarações desta manhã do governo de Israel”, conforme a nota emitida pela pasta.

O ministro Mauro Vieira, também convocou o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, que deve embarcar para o Brasil amanhã.

Na avaliação de fontes do Itamaraty, o embaixador brasileiro foi “tocaiado” no Museu do Holocausto quando Lula foi classificado como “persona non grata” em Israel.

Lula não pedirá desculpas

No último domingo (18), Lula comparou a ação israelense na Faixa de Gaza ao holocausto. O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, disse à CNN que o presidente não vai pedir desculpas por sua crítica.

“Sempre tratamos de maneira muito respeitosa e defendemos a solução de dois Estados, mas não tem nada do que se desculpar. Israel é que se coloca numa condição de crescente isolamento”, afirmou Amorim.

Daniel Zonshine | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse que a relação entre os países se deteriorou depois da declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último domingo (18), quando comparou o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o holocausto.

“A relação política é importante, mas não é a única. São vários setores envolvidos: economia, tecnologia, defesa, por exemplo. Não cortamos relações, mas a corda está frágil”, disse Zonshine ao Estadão.

Em resposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que Lula desonrou a memória dos judeus assassinados pelos nazistas. “Ele demonizar o Estado judeu como o antissemita mais virulento. Ele deveria ter vergonha de si mesmo”, declarou.

Depois do ocorrido, Netanyahu chamou o embaixador brasileiro para uma “conversa de repreensão”. Apenas depois o Itamaraty deve se pronunciar.

Foto: Reuters

Nesta terça-feira (24), o embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Gilad Erdan, pediu a renúncia do secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, alegando que este vê os ataques do Hamas de forma “distorcida e imoral”.

“O discurso chocante do secretário-geral da ONU na reunião do Conselho de Segurança, enquanto foguetes são disparados contra todo Israel, provou conclusivamente, sem qualquer dúvida, que o secretário-geral está completamente desligado da realidade na nossa região”, escreveu Erdan. “A sua declaração de que ‘os ataques do Hamas não aconteceram no vácuo’ expressou uma compreensão pelo terrorismo e pelo assassinato”, continuou.

O embaixador ainda acusou Guterres de demonstrar compaixão pelas atrocidades cometidas contra os cidadãos de Israel.

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