Falta de coleta de esgoto atinge 83% dos alagoanos

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 / Publicado em 23/07/2019
Riacho Salgadinho na altura do bairro do Poço, região central de Maceió — Foto: Marcelo Brandt/G1

Riacho Salgadinho na altura do bairro do Poço, região central de Maceió — Foto: Marcelo Brandt/G1

O Brasil lançou diariamente no solo, córregos, rios e mar 5.622 piscinas olímpicas de esgoto não tratado, segundo dados referentes a 2017 e divulgados nesta terça-feira (23) pelo Instituto Trata Brasil. A falta de tratamento do esgoto é apontada pela Agência Nacional de Águas (ANA) como a principal forma de poluição de água no país.

É por isso que a situação em Alagoas é tão grave: 83,1% da população do estado não tem coleta de esgoto e só 20% do que é coletado é tratado, de acordo com o relatório de 2019 do Sistema Nacional de Informação Sanitária (SNIS).

Na capital Maceió, a poluição é um problema antigo do Riacho Salgadinho. O rio percorre a cidade de norte a sul recebendo esgoto e lixo das populações ribeirinhas e, quando chega à Praia da Avenida, na região Centro-Sul, seu nível de coliformes fecais está milhões de vezes acima do adequado.

Local onde Riacho Salgadinho deságua no mar, na Praia da Avenida — Foto: Marcelo Brandt/G1

Local onde Riacho Salgadinho deságua no mar, na Praia da Avenida — Foto: Marcelo Brandt/G1

Isso acontece com outros rios na cidade, como o Riacho Doce, na Zona Norte. Ele percorre o bairro recebendo esgoto e deságua no mar, na praia de Riacho Doce. Somada ao plástico e à sujeira deixados pelos banhistas nas praias, essa contaminação compromete também a biodiversidade marinha.

Em um estado conhecido como o "Caribe brasileiro" por causa de águas transparentes, recifes de corais e piscinas naturais, a contaminação das praias é uma ameaça ao turismo, segunda atividade econômica mais importante do estado, atrás apenas da sucroalcooleira, de acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas (Sedetur).

O estudo Observando os Rios (2019) da SOS Mata Atlântica apontou a piora no índice de Qualidade da Água (IQA) em Alagoas: 14,3% está com qualidade ruim. Não há nenhum corpo d'água considerado bom no estado. Todos os demais foram considerados com qualidade regular.

O estudo Observando os Rios (2019) da SOS Mata Atlântica — Foto: Rodrigo Cunha/G1

O estudo Observando os Rios (2019) da SOS Mata Atlântica — Foto: Rodrigo Cunha/G1

E não é somente o turismo e a economia que ficam ameaçados com as águas poluídas de Alagoas, mas também a saúde da população local. No estado, a esquistossomose é uma doença endêmica, ou seja, ocorre habitualmente e com incidência significativa na população da região. Em 2018 foram 5.971 casos em Alagoas, de acordo com o Ministério da Saúde.

Trata-se de uma verminose transmitida pela liberação de ovos do parasita através de fezes do homem infectado. É uma das Doenças Relacionadas ao Saneamento Inadequado (DRSAI), ao lado de cólera, amebíase, diarreia e gastroenterite, entre outras, de acordo com a Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

Segundo a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), quanto maior o acesso ao saneamento, menor a incidência de internações por DRSAI.

Nas cidades de pequeno e médio porte que ainda estão dando os primeiros passos para a universalização do saneamento, a taxa média de internações por essas doenças é três vezes maior do que nas cidades que já estão rumo à universalização.

Média de internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DSRAI) — Foto: Rodrigo Sanches/G1

Média de internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DSRAI) — Foto: Rodrigo Sanches/G1

 

 

Fonte: G1

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